Edifício Tijucas

O emblemático Edifício Tijucas, localizado no centro de Curitiba, surgiu pela iniciativa do jurista, empresário e ex-prefeito de Curitiba, Ney Leprevost (1911 – 1979).

Leprevost atuou como incorporador do empreendimento em parceria com dois grupos catarinenses: o INCA – Investimentos e Imobiliária de Santa Catarina Ltda –, e o Banco Indústria e Comércio de Santa Catarina S.A.

O terreno onde o prédio foi construído tem o formato semelhante a um retângulo posicionado de maneira diagonal em relação a quadra.

Por essa razão, tem uma das fachadas voltadas para a esquina da Rua Cândido Lopes com a Desembargador Ermelino de Leão, enquanto a outra face resulta de frente para avenida Luiz Xavier.

O projeto foi negociado nos anos 1950 com a Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, proprietária do terreno, que recebeu em permuta 170 unidades do empreendimento. O objetivo da instituição era sublocar os imóveis e reverter a arrecadação em melhorias nos seus serviços hospitalares.

O Tijucas foi construído pela Construtora Excelsior Ltda. Seu conjunto é composto por um bloco majoritariamente residencial, um bloco de escritórios e pela famosa  galeria comercial no térreo, que leva o mesmo nome do edifício. Todavia, cada uma dessas estruturas foi erguida em momentos diferentes.

O bloco de escritórios de 21 andares, voltado para a esquina das ruas Cândido Lopes com a Ermelino de Leão, foi o primeiro a ser construído entre 1954 e 1959, e teve como responsáveis técnicos os engenheiros João Lacio Natal Janke e Hugo Toigo.

Bloco comercial. Foto: Washington Takeuchi

Todas as suas 415 unidades foram compradas no mesmo dia do lançamento das vendas, em 1º de maio de 1955, enquanto a construção ainda estava no 8º pavimento. A empresa Importadora Nacional S.A. foi a primeira companhia a adquirir unidades no empreendimento.

Um dos motivos para o sucesso das vendas foi a possibilidade de financiamento em até quinze anos, sem entrada.

Jornal A Tarde, 9 de maio de 1955

O projeto assegurava uma rede de telefonia completa, permitindo que cada sala comercial tivesse o seu próprio aparelho. Além disso, os condôminos não precisariam se preocupar com falta de luz, tendo em vista a instalação de um gerador a diesel.

Dentre as empresas que adotaram o bloco comercial como sede, destaca-se a TV Canal 12 da Rádio Emissora Paranaense, que se instalou no último andar do edifício em dezembro de 1959. O Canal passaria a transmitir no ano seguinte.

A famosa Galeria Tijucas foi inaugurada às 15 horas do dia 29 de março de 1959 em comemoração ao aniversário de Curitiba. Naquela data, contava com 16 lojas. Por meio dela, interligou-se a rua Cândido Lopes a avenida Luiz Xavier.

galeria tijucas
Galeria Tijucas. Foto: @rodrigomliz

No momento da inauguração da Galeria, o bloco residencial – frente para avenida Luiz Xavier –, estava no início de sua construção. Esta etapa do conjunto também foi realizada pela Construtora Excelsior, mas teve como responsáveis os engenheiros Dirceu Schmidlin e Joran Leprevost.

As obras andaram em ritmo lento, chegando ao quinto andar em 1962 e ao 12º pavimento apenas no final daquela década. Notícias indicam que a construção chegou a ser paralisada durante algum tempo.

A retomada ocorreu em fevereiro de 1970, com financiamento do Banco Nacional de Habitação (BNH) e da CREDIMPAR. Com o ritmo impressionante de três lajes por mês, em novembro daquele mesmo ano o prédio atingiu o 31º e último andar e comemorou-se a “festa da cumeeira”.

Bloco residencial em construção, 1970. Foto: @renepaceadvocacia
edifício tijucas curitiba
Bloco residencial. Foto: @romulozacharias

Os apartamentos foram comercializados pela Solidum Empreendimentos Imobiliários Ltda e a entrega definitiva da obra foi prevista para setembro de 1972. Em nota do Jornal Diário do Paraná, afirmou-se que o bloco residencial do Tijucas se tornaria o prédio mais alto de Curitiba ao superar o Edifício Ruy Barbosa, de 26 andares, localizado em frente à Praça Santos Andrade.

Ao todo, o Condomínio Tijucas abriga 577 unidades, das quais 415 são comerciais e 162 residenciais. O setor comercial possui cinco elevadores, enquanto o residencial é atendido por três aparelhos. Na época, foi considerado o maior condomínio do Paraná.

Bloco residencial. Foto: Letícia Akemi, Gazeta do Povo

Nome: Edifício Tijucas

Altura: 103,15 m

Andares: 31

Ano: Bloco Comercial (1954 ~ 1959), Galeria (1959), Bloco Residencial (1959 ~ 1972)

Uso: misto, comercial e residencial

Construtora/Incorporadora: Excelsior Ltda.

Arquiteto(a):

Escritório: 

Localização: Av. Luiz Xavier, 68 – Centro, Curitiba – PR, 80020-020

 

FONTES

Secretaria Municipal do Urbanismo – Prefeitura de Curitiba

Os que realizam o progresso do Paraná. A Divulgação. Curitiba,1956. Edição 2, p. 45. Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/095346/3143

Edifício Tijucas. A Tarde. Curitiba, 3 de maio de 1955. Edição 1461, p. 8. (BN/HDB) http://memoria.bn.br/docreader/797596/8178

Edifício Tijucas: Bloco 1 inteiramente vendido. A Tarde. Curitiba, 9 de maio de 1955. Edição 1466, p. 5. (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/797596/8215

Instalada oficialmente a filial da INCA na terra dos pinheiros. O Edifício Tijucas tornará possível à INCA realizar seu objetivo: tornar acessível à classe média a aquisição de seu bem de família. O Dia. Curitiba, 1º de maio de 1955. Edição 9949, p. 3. (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/092932/85208

Abertura oficial das vendas do Edifício Tijucas. O Dia. Curitiba, 3 de maio de 1955. Edição 9950, p. 3. (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/092932/85224

Venda sensacional do condomínio “Tijucas”. O Dia. Curitiba, 4 de maio de 1955. Edição 9951, p. 12. (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/092932/85245

Senhoras (com casacos de pele) buscam assistência na Santa Casa. Diário do Paraná. Curitiba, 18 de janeiro de 1957. Edição 546, pgs. 7 e 8. (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=761672&pagfis=14226

Televisão em Curitiba. O Dia. Curitiba, 31 de dezembro de 1959. Edição 11331, p. 1. (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/092932/102845

Convite para a entrega da Galeria Tijucas. O Dia. Curitiba, 27 de março de 1959. Edição 11104, p. 5. (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/092932/99966

Edifício Tijucas. Diário da Tarde. Curitiba, 15 de dezembro de 1958. Edição 20888, p. 6. (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/800074/93204

Anúncio Tijucas Curitiba Hotel. Última Hora. Curitiba, 16 de abril de 1962. Edição 269, p. 9. (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/830348/13610

Em poucas linhas: Deputado José Carlos Leprevost. Diário do Paraná. Curitiba, 14 de fevereiro de 1970. Edição 4375, p. 3. (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/761672/75778

Em poucas linhas: Já foram reiniciadas as obras do setor residencial, Bloco 2, do Edifício Tijucas. Diário do Paraná. Curitiba, 26 de fevereiro de 1970. Edição 4385, p. 3. (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/761672/75934

Maior massa condominal do Paraná é do “Tijucas”. Diário do Paraná. Curitiba, 28 de junho de 1970. Edição 4485, p. 6. (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/761672/77512

Pronta a estrutura do Bloco II do “Tijucas”. Diário do Paraná. Curitiba, 15 de novembro de 1970. Edição 4603, p. 19. (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/761672/79418

Edifício Tijucas: o mais alto da cidade. Diário do Paraná. Curitiba, 3 de dezembro de 1971. Edição 21581, p. 3. (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/800074/124027

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