Edifício Ruy Barbosa

A Praça Santos Andrade é velha conhecida dos curitibanos. Localizada no Centro, tem de um lado, o prédio histórico da UFPR e, de outro, o Teatro Guaíra. Nas proximidades, ainda conta com o edifício do INSS, o prédio do “Correio Velho”, e o Edifício Araucária. Todavia, dentre as tantas edificações em volta da Praça, apenas uma se destaca pela altura: o Edifício Ruy Barbosa, de 28 pavimentos.

Matéria do jornal O Dia, em 1955, afirmou que o prédio era, naquele momento, o 6º em altura na América do Sul. Anos depois, em 1964, artigo do Diário do Paraná apontava que o Ruy Barbosa perderia o posto de mais alto de Curitiba para o Edifício Acácia.

Alcides Côres, um dos primeiros proprietários do Ruy Barbosa, explicou ao jornal O Dia, em matéria de 23 de setembro de 1955, que o prédio foi construído em duas etapas.

A primeira delas começou no início dos anos 50, quando os três primeiros andares foram construídos. Para a construção dos demais pavimentos, havia a expectativa de se estabelecer um contrato de financiamento com a Caixa Econômica Federal. O contrato, no entanto, nunca foi assinado, fato que resultou na suspensão das obras por dois anos.

Em razão desse cenário, cerca de oitenta interessados na conclusão do prédio formaram a Sociedade dos Condôminos do Edifício Ruy Barbosa, que foi orientada pelo advogado João Kracik Neto e presidida por Alcides Côres.

De início, a Sociedade tratou de finalizar os acabamentos dos três pavimentos iniciais para, em seguida, alugá-los a terceiros. Mas a principal fonte que viabilizou a retomada efetiva das obras viria das parcelas mensais, pagas pelos próprios associados. Foi dessa forma que, em agosto de 1954, o Ruy Barbosa voltou a ser construído.

A Construtora Acrópole Ltda foi contratada e a responsabilidade técnica da obra coube a Ralph Jorge Leitner.

Cada andar do edifício foi planejado para abrigar quatro apartamentos de diferentes tamanhos, com os maiores voltados para a Praça. Apesar de residencial, durante muitos anos algumas unidades foram usadas comercialmente ou como sede de organizações não governamentais. É o caso da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Estado do Paraná, que se instalou no 25º andar em fevereiro de 1961.

Ao todo, o edifício possui 104 apartamentos residenciais, além de pequenos comércios no térreo. Seguindo o padrão da época, não foram construídas vagas de garagem.

Hoje, quase setenta anos depois, o Edifício Ruy Barbosa já não consta entre os mais altos de Curitiba, mas, apesar disso, sua presença continua a impressionar.

Nome: Ruy Barbosa

Altura: 84 metros – altura estimada

Andares: 28

Ano: 1950 ~ 1957

Uso: residencial

Construtora/Incorporadora: Construtora Acrópole Ltda

Arquiteto(a):

Escritório: 

Localização: R. Alfredo Bufren, 319 – Centro, Curitiba – PR, 80020-240

 

FONTES

Secretaria Municipal do Urbanismo – Prefeitura de Curitiba

Curitiba acompanha o progresso das grandes capitais: maneira original da construção do arranha-céu Ruy Barbosa. O Dia, Curitiba, 23 de setembro de 1955. Edição 10067, pgs. 10 e 12. Biblioteca Nacional/Hemeroteca Digital Brasileira (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/092932/86705

Nova sede. Federação dos Trabalhadores nas Indústrias do Paraná. O Dia, Curitiba, 31 de dezembro de 1960. Edição 11629, p. 6. (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/092932/106309

Edifício em obras (já no 21º andar) será o mais alto. Diário do Paraná, Curitiba, 15 de abril de 1964. Edição 3059, p. 6. (BN/HDB). http://memoria.bn.br/docreader/761672/48984

Memória Urbana. https://www.memoriaurbana.com.br/morar-nas-alturas-edificio/044-edificio-ruy-barbosa/